sábado, 27 de outubro de 2007

Divertimento à Moda Antiga [Alexandre (Xu) Ficagna]

Lá em casa tem um homem que vive no andar de cima, acompanhado de sons.
Nas vezes em que desce, traz consigo longos abraços de braços longos e quem sabe um pouco culpados de suas ausências.
Tem horas em que confundimos um e outro talvez pela diversão de, logo em seguida, constatar as diferenças. Sim, porque eu não uso o verbo "pedir" no lugar de "perguntar", nem ele tira as sobrancelhas com pinça.
Ele tem cabelos compridos e barba ruiva. É terno e diz as verdades mais doloridas o mais suavemente... Enquanto eu vivo o complexo de brigar com as palavras para que elas não escorreguem da minha boca, acertando alvos quase sempre indeterminados e de forma bastante explosiva.
Dos seus costumes engraçados, um é o de chamar o que faz de brincadeira, "Divertimento". Quando eu, nós, as "pessoas de teatro", se dito o mesmo sobre sua arte, têm o não menos engraçado costume de se zangar.

2 comentários:

Anônimo disse...

É, às vezes a gente esquece que simples não quer dizer simplório, complexo não quer dizer difícil, denso não é sinômino de chato, e o divertido nem sempre é o mais fácil.
Aliás, por que a gente esquece isso?

St. France disse...

Malvado! É feio pôr defeitos nos elogios que fazem pra você, sabia!? Mal'agradecido! Humpt!

ahuahuahuha...