sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Espero, sinceramente, que a gente se foda

Foto: Spencer Tunick

Estou cansada. Virando três madrugadas consecutivas para dar conta de uma existência que se fundamenta no fazer teatral. Preparo aulas, viajo para assistir a um espetáculo que dirigi, volto. Vou à Reitoria exigir que não acabem com um curso de Artes Cênicas criado às pressas e sem condições, mas que, justamente pela vontade inquebrantável de meus pares, resiste e cria produções as vezes não tão elaboradas, mas que tateiam com afinco essa vastidão do fazer para ser visto.
            Nada de heroico nessa perspectiva. É assim porque o teatro não se estabelece de outra forma, não admite gente morna, meia fase. É um povo apaixonado, tesudo, e eu mais uma entre tantos.
Estou cansada pra caralho (caralho: genital comum a toda espécie. Quem não tem, foi concebido com participação de um), e queria dormir. Mas a mais de uma hora tem uma ruga na minha testa e um desconforto que me atravessa inteira. 
          Hoje um colega expôs com sua turma parte do resultado de um Laboratório de Interpretação. Um dos dispositivos para a criação de cena foi a nudez. Em seus diversos aspectos: despir-se dos pudores em relação a si, mais do que tirar a roupa.
Coincidentemente, em outro canto e planeta, também hoje, um aluno de uma instituição em que trabalhei foi expulso. E não só expulso. Foi autuado com um boletim de ocorrência, registrado por um professor, em que consta “atentado ao pudor”. Porque estava nu em cena, e se masturbava. Cena essa previamente autorizada pelo coordenador do curso.
Aqui, o público parecia lidar com um fenômeno extraterrestre: perguntou aos atores qual era a sensação de estar nu em cena. Como se nunca tivesse estado nu no banho, durante o sexo, na sauna, no carnaval. Como se nunca tivesse sido índio, visitado praia nudista. Como se tivesse nascido de roupa, de mãe vestida. O público perguntou aos atores como foi dizer aos pais que ficariam nus. Como se os pais não tivessem estado nus, aos olhos - toques, beijos - uns dos outros para conceber estes mesmos meninos sobre o palco.
Eu sentada na poltrona do teatro, sentada agora na almofada com o computador no colo, com o mesmo corpo. Essa forma pela qual se dá a minha e tantas outras existências no mundo. Me ponho a pensar em quão antigo é o Wooodstock e em como foi que as coisas caminharam de forma a tornar, de novo e outra vez, a exposição do corpo em tabu.
O que teremos feito do amor livre e dos ideais hippies – hoje tão tacitamente risíveis – para que o sexo e tudo o que se relaciona ao corpo, à maneira da Idade Média, tenha se tornado sinônimo de imundície, perversidade, libertinagem? Que músicas teremos tocado através dos tempos para que o deus que dança, do também antigo Nietzsche, tenha se retirado do nosso convívio?
Eu – o corpo que sou – mantenho involuntariamente a ruga na testa ao imaginar o aluno expulso. Em como lhe tratarão os colegas, a família, o bando, a polis, a matilha, a sociedade. Essa mesma que faz vistas grossas ao turismo, ao assédio sexual. Que não vê o alto escalão aliciar com seu dinheiro às crianças das classes miseráveis, ao mesmo tempo em que tem a obsessão de manter virgens e puras às suas filhas. Ou pelo menos a aparência delas.
 Talvez o aluno expulso se convença, ele próprio, de que fez algo condenável. Talvez ele, de artista, se converta ao mais novo bastião da moralidade. E então, que saudável uso teremos feito de nossas atribuições enquanto professores, e de nossos dispositivos de ensino! Tal como os jesuítas, teremos catequizado mais um bom selvagem aos nossos moldes civilizados. Que esse negócio de ficar pelado e relacionar-se despudoradamente com os deuses só pode ser coisa do capeta, né?

... São Bom Capeta, Rogai por nós, os fundamentalmente vestidos!

58 comentários:

Anônimo disse...

O texto me chamou a atenção e tem muita coisa boa nele, só achei desnecessária a última frase.Subverter é um ato que deve estar acima do bem e do mal também. Não peça ajuda ao lugar comum -apelando pro outro lado do espectro. Acaba caindo no lugar comum.

Unknown disse...

Tão relevante! Parabéns!

rodrigo scalari disse...

boa luds!!! saudades, bjos.

Anônimo disse...

Nudes nao é vergonha. Roubar sim. Pena que os valores estão envestido.

André Foltran disse...

Boa crônica! Tenho pena dos corpos que ainda vestem a ignorância...

Um abraço.

Liuka disse...

Rs... o final do texto é irônico. Eu não pediria ajuda ao Capeta. É uma tiração de sarro com a moralidade cristã.

Junior disse...


"O status social em que vivemos é que é pervertido no verdadeiro significado da palavra. Há interesse de nossas ordens ditas superiores em manter-nos sob o seu controle, pois desta maneira se lucra mais com impostos na venda de conteúdo sexual que movimenta milhões pela internet e tv´s a cabo privadas. Ou seja se "proíbe" a ralé de seus prazeres naturais enquanto a elite fatura milhões e ainda desfrute dos mesmos prazeres que condena enclausurados em suas mansões e escondidos em suas doenças da ganancia hipócrita. É de interesse que as coisas sejam assim, povo burro e inferiorizado é massa de manobra. Viva a nudez, do corpo da alma, da paz e da bondade!"

Petrucia disse...

Menina, fazia muuuuuito tempo que não te lia... foi um amigo que compartilhou teu texto no fb, e me deu uma saudade de te visitar aqui.
Que doido quando acontecem esses contrapontos que nos fazem questionar justamente a quantas andamos como espécie... lembro da música da sereia do paralamas... e que merda esse menino artista ter de passar por um constrangimento desses, tão sem cabimento, tão desnecessário... espero que ele não se deixe abater... que insista e crie uma pequena revolução, e que este seja um episódio da vida dele que ele conte achando muita graça mais tarde... e rezo para que esse tipo de disparate não mais se repita, que artistas corajosos não sejam constrangidos por suas escolhas de mostrar vulnerabilidade, mas que sejam celebrados tal como foi o primeiro grupo. bjo!

Olavo disse...

Muito bom ler você Lud. Grande abraço.

Anônimo disse...

Que teu corpo tenha muita sorte nessa trajetória que está traçando! E vê se vai dando notícia ao longo do caminho que as palavras que traduzem o que tua carne sente muito me interessam.

Getulius disse...

Lindo linda! Essenci-all!

Getulius disse...

Lindo linda! Essenci-all!

AREA TOTAL LIVRE disse...

amaria que lesse meu texto de teatro e meu roteiro onde discuto com total realismo fisico a questao dos limites, o corpo, o ato sexual em cena, os tabus e a politica que cerca tudo isso (politica? rs)
Sei que pode não ter tempo e nem interesse, mas fica aqui meu email e facebook caso se interesse : chicoterra17@gmail.com e face https://www.facebook.com/chico.terrah.7 bjs

alexandre ferreti disse...

A ipocrisia da sociedade faz com que muitos com medo de ser rejeitados, não assumão seus desejos e vontades. Criando assim abertura para que aqueles são limitados em seus raciocínios e maneira de viver ( indepêndente dos seus motivos pessoais, pois muitos se escondem atras e algo ) manifestem suas imposições manipulando uns e agredindo outros.
É uma pena, que ainda hoje muitos fazem a escolha de ser só + um em vez de realmente lutar com conciêcia pelos seus direitos !

Wanessa Di Guimarães disse...

O texto está muito legal mesmo, mas a frase "como se nunca tivesse sido índio" é grave!. Não somos, nem nunca fomos e ser índio é muito mais que andar pelado. Há tribos que sempre usaram roupas, principalmente em decorrência de temperaturas mais baixas e o conceito de roupa que usamos é branco. Cabe perguntar ao índio o que é roupa para ele, o que é estar pelado para ele. Roupa é uma designação genérica para peças que se usa para cobrir ou adornar. Eu nunca vi índio sair por aí nu como nasceu. Pinturas e adereços são "roupas" para os índios, claro que não são usados também por pudor. Mas, cada ocasião tem uma "roupa" específica, assim como nós. A "roupa" de um funeral por exemplo, é diferente da "roupa" cotidiana do índio. Também existe o fato de que uma frase dessas pega tudo o que se considera índio e joga dentro de um mesmo balaio. O senso comum faz o mesmo com a África. As tribos indígenas e os povos africanos são sociedades extremamente complexas e específicas, por mais que enxerguemos nelas características similares, não podemos nos esquecer de suas especificidades. To dizendo isso com carinho. Seu texto está lindo, mas essa frase acaba com ele, entende? Essa frase te torna senso comum, quando eu sei que uma pessoa com ruga na testa, que para pra escrever um texto desses, não é! Beijo e parabéns!

Claudio Machado disse...

As coisas mais imorais nesse mundo são feitas quando se está vestido. Os políticos que o digam....

Anônimo disse...

Bater punheta virou arte? Sou um puta artista e não sabia....

Cabocoveio disse...

Bendita seja a mente aberta e não aquelas que são monitoradas por igrejas e costumes...só posso dizer uma coisa: - Viva os nossos artistas,atores e tudo mais!

Femina est Regina disse...

Muito complicada essa questão, muito difícil será superarmos esse recalque, porque o ódio contra o corpo é tão grande que quem se despe está sujeito a ser agredido. Principalmente as mulheres.
E assim se perpetuam os modelos irreais de corpo, as panicats, os super homens. Cada vez menos nos habituamos à visão do corpo como ele realmente é.

Anônimo disse...

Linda foto! Onde e quando foi isso?
Grata eparabéns pelo post.

Anônimo disse...

Coloquem-no na cela do Zé Celso! Paisinho mais hipócrita!

Rodrigo Cassiano da Costa disse...

O aluno ser expulso de uma instituição de ensino de Artes Cênicas por apresentar uma cena de performance, não estou acreditando... A cena foi feita dentro de um laboratório de teatro, espaço reservado para experimentações teatrais, o aluno tampou os vidros da sala “e comunicou o professor sobre a temática de sua cena e o professor concordou...” O aluno foi expulso por este motivo, um aluno que se matriculou em um conservatório para conhecer a arte do teatro, se descobrir como artista, é expulso por uma tentativa em seu primeiro ano de curso de Artes Cênicas por fazer uma performance. Que processo artístico é esse que foi feito nesse primeiro ano curso eu pergunto ao professor? Como um professor não tem o mínimo de conhecimento sobre o material criativo que o aluno vem mostrando durante o ano inteiro em seu processo de desenvolvimento artístico? O aluno esta dentro da instituição para aprender, conhecer o teatro e suas linguagens e o professor tem que orientar este aluno, propor referências, apontar caminhos, acompanhar o processo de trabalho, questionar de uma maneira madura a cena que é apresentada, se não sabe o que dizer vai estudar e pesquisar sobre esta linguagem que é a performance, o que não pode é sair tomando decisões radicais como a que foi tomada, prejudicando um aluno que chegou até a instituição para aprender... Por favor! Reconsiderem a situação se tiverem respeito ao processo de aprendizado deste aluno, pois não foi uma atitude marginal a dele, não teve a intenção de ferir e nem de desrespeitar ninguém, simplesmente foi uma tentativa de fazer uma cena de performance dentro da instituição que ele estuda, em um lugar adequado para isso!
Muito bom o texto Ludmila, obrigado!

Sally Satler disse...

Bendita crônica! Nada nela é retocável, da primeira à última frase. Sally Satler

Laion Sá disse...

Belo texto. Bela crítica. "Limitar a arte é reduzir sua magnitude e amplitude."

Juarez disse...

Sim, devemos subverter esses limites e virar do avesso o que está costurado para dentro. Mostrar o truque da mágica hipócrita, porque enquanto @ moralist@ sacode seu dedo em direção à nossa cara, o faz para desviar nossa atenção de sua outra mão, oculta entre as pernas e quanto é egoísta o prazer que lhe consome.

Anônimo disse...

Nossa sociedade de míseros valores deturpados, conecta automaticamente o nú ao sexo. Como se um e outro fossem coisa de outro mundo. Mas, olha a contradição: se a intenção é educar para a vida, como pode, dentro de suas casas e até mesmo nas escolas, em sua maioria escolas públicas, encontrarmos crianças e jovens sem nenhum conhecimento sequer do próprio corpo, semi-nus fazendo gestos obscenos para acompanharem um barulho insano ao qual chamam de música, de arte (basta fazer uma breve pesquisa no you tube e verificar o que digo). Quero dizer que estar nú em nossa sociedade atual, dentro de um contexto, não deveria chocar, tendo em vista outras tantas barbáries que não chocham. Vejo que, estar nú dentro de um contexto, é um serviço prestado à sociedade que está enraizada em tradições e tabus. E desta forma, o nú pelo qual o aluno citado foi expulso, na verdade deveria ser visto como coisa que o é, natural. Quem veio ao mundo vestido que diga o contrário. Repito as palavras "nú dentro de um contexto". pois, sem o contexto, nosso povo tradicionalista e irracional não o aceita, é preciso o amadurecimento. E quem sabe assim, aos poucos, depois do serviço prestado, um dia, possamos todos sairmos nús, sem os olhos maldosos daqueles que não conhecem o deus da dança de Nietzsche.

Unknown disse...

Querida, sou atriz, bailarina e arte-educadora também. Estou completamente emocionada com o seu texto, com sua reflexão sobre nosso corpo. Faço parte de um espetáculo em que fico nua e parada durante uma hora de frente para o público coberta apenas por uma substância gosmenta (GEL) que cai durante todo o espaço de tempo. E eu me lembro que aceitei o trabalho pelo desafio, eu queria me pôr a prova não só pelo fato de ficar nua, mas também pôr ficar parada durante tanto tempo, isso também é um desafio para quem tem como oficio mexer-se. Mas o que me chamou atenção de todo esse período que fiz o espetáculo, foi a relação que construí com meu corpo e automaticamente com a minha história. Seu texto é visceral, assim como arte deve ser. E o melhor de tudo isso, é que só me dei conta dessa minha evolução ao me ler nesse texto que você escreveu! Obrigada!

Anônimo disse...

O Conservatório de Tatuí expulsou o menino, assim como expulsou um professor porque ele criou uma cena de beijo gay em um dos espetáculos. E ainda por cima cancelou a bolsa de quem protestou contra a saída do professor. É um urso mantido através do medo e da retaliação. Um "aparelho" do Estado, uma máquina ditatorial. Se tem alguma coisa boa nessa história é que agora os alunos podem ver a cara dessa merda sem maquiagem.

Anônimo disse...

A única coisa que percebi foi o minúsculo pênis dos rapazes.

Stein/PAPALUZ disse...

Parabéns!
Texto primoroso. Enquanto não pararmos para observar quem somos seremos sempre vítimas da educação pudica religiosa em que sexo ou qualquer coisa relacionada é condenado. É o maniqueismo de dessa sociedade hipócrita que prega a individulaidade e não consegue lidar com o diferente. São os conservadores dicotômicos que acreditam no certo-errado e temem que podem estar "errados" e ter que mudar para esta "certo"!!

Anônimo disse...

meu, a cidade dos pau pequeno deve ser essa ai ne, pelamordedeus...

Anônimo disse...

Julgar quem julga, é a mesma coisa que querer executar o carrasco, isso te torna melhor que ele?

Marina Evangelista disse...

Que diarréia verbal... gosto não se discute, mas mal gosto se comenta. E como se comenta... lixo enfeitado! E quem não gosta de uma zairice dessas há de ser rotulado de moralista, hipócrita, fundamentalista cristão. escravo da religião, ignorante... essa pataquada de discurso monótono. "
QUANDO O ABOMINÁVEL E A INIQUIDADE
FOREM FESTEJADOS QUANDO A PODRIDÃO E A IMUNDÍCIE RECEBEREM APLAUSOS.
SABEREMOS QUE NADA MAIS RESTA ESPERAR."

Anônimo disse...

AMEEEEEEI !!!

Feroz, cítrico, tesudo meeeesmo!! Senti minhas veias pulsando, como se fossem explodir !!

Que venha mais...

Anônimo disse...

Caralho!

Caralho!!!!!!

Senti sua catarse como se fosse minha! Vivi cada palavra e poesia que trazia a leitura! Caí em prantos de emoção! Por vários motivos, pessoais e por ver ao meu lado, quase espirrando em mim, a mesma coisa acontecer!

Também sou universitário. Não faço o que sonhei/sonho para a minha vida, sou apaixonado por arte, sobretudo as cênicas, e também espero, sinceramente, que a gente se foda!

Vendido de corpo, tempo e não da alma pelos padrões sociais, lendo seu texto vi uma luz em mim que não iluminava minha alegria poética, na solitária, há tempos! Diariamente meus ouvidos zumbem e meus olhos turvam com tamanho muro das lamentações, por lamentações! Difícil demais segurar com poucos uma corda estanque, que não deveria ser tênue, quando seus gêmeos do mundo, antolhados com os pés, usam as mãos forçando o rebento dos vazios existenciais.

Saudade de ler poesia, de pensar poesia! Preocupado com o chão, só vejo movimentos vazios a nos forçar o pescoço para baixo como se o objetivo fosse o de esconder o céu. Não vejo esforço mental. Entrelinhas existem, porra! Ainda que fosse puta a nos parir, nada justifica essa toda essa cagada, que é nossa e somos responsáveis!

Posso estar no atalho maior que o caminho normal, mas atalhos são estratégias, estratégia é organização, organização é fundamental, fundamental é olhar o que costuramos dentro de nós, o que é importante? As florezinhas do campo?

Desistir nunca será opção!

Espero que a vida fodida ainda signifique aprendizado para os desafortunados da alma.

Anônimo disse...

Caralho!

Caralho!!!!!!

Senti sua catarse como se fosse minha! Vivi cada palavra e poesia que trazia a leitura! Caí em prantos de emoção! Por vários motivos, pessoais e por ver ao meu lado, quase espirrando em mim, a mesma coisa acontecer!

Também sou universitário. Não faço o que sonhei/sonho para a minha vida, sou apaixonado por arte, sobretudo as cênicas, e também espero, sinceramente, que a gente se foda!

Vendido de corpo, tempo e não da alma pelos padrões sociais, lendo seu texto vi uma luz em mim que não iluminava minha alegria poética, na solitária, há tempos! Diariamente meus ouvidos zumbem e meus olhos turvam com tamanho muro das lamentações, por lamentações! Difícil demais segurar com poucos uma corda estanque, que não deveria ser tênue, quando seus gêmeos do mundo, antolhados com os pés, usam as mãos forçando o rebento dos vazios existenciais.

Saudade de ler poesia, de pensar poesia! Preocupado com o chão, só vejo movimentos vazios a nos forçar o pescoço para baixo como se o objetivo fosse o de esconder o céu. Não vejo esforço mental. Entrelinhas existem, porra! Ainda que fosse puta a nos parir, nada justifica toda essa cagada, que é nossa e somos responsáveis!

Posso estar no atalho maior que o caminho normal, mas atalhos são estratégias, estratégia é organização, organização é fundamental, fundamental é olhar o que costuramos dentro de nós, o que é importante? As florezinhas do campo?

Desistir nunca será opção!

Espero que a vida fodida ainda signifique aprendizado para os desafortunados da alma.

Um carinhoso abraço,

Vitor

MenfriS disse...

O anônimo que reparou nos pênis dos rapazes, entende o que mesmo sobre arte??????????????? "Mostra cara, quero ver quem fala!"

MenfriS disse...

O dia que a arte caminhar conforme essa sociedade, ai sim, nesse dia eu temerei o fim dos tempos, do mundo e da merda que alguns estão amamentando e criando.

O Meu Machismo Diário. disse...

O que me fez ficar indignado foi a expulsão de um aluno que usava as potencialidades do corpo para causar uma desconstrução. Como um professor de Arte reprimiu a manifestação de um corpo?

Anônimo disse...

Muito bom!!!

LôGerstner disse...

Lindamente escrito!

Anônimo disse...

O Brasil é isso mesmo, esse País de promiscuidade, onde todos devem ficar pelados e trepar. É terrível essa falta de vergonha

Unknown disse...

nem li,estava vendo as bucetinha.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

bando de sodomistas, sem vergonha na cara, querem transformar nosso pais num antro de prostitutos e prostitudas andando nus na rua, não esperam por esperar pois do mesmo jeito que pessoas da mesma laia de vcs viraram carvão em sodoma e gomorra sobrevirá todos a ira de quem os criou "DEUS".

Pauliane Brito disse...

Professores tem o dever de apresentar suas perspectivas do mundo mas limitar a dos alunos é uma das falácias a que se deixam no sistema de "quadrados" em que nos encontramos. Apreciei muito o texto e espero que esse mesmo aluno possa se mostrar no futuro com um talento não aprisionado!

Anônimo disse...

Entendi e gostei do texto, li pausadamente, não sou escritora... Mas gosto de escrever textos, notas, e ler tbm textos que vem da alma (como se dissesse veio o útero) nasce da gente, nosso eu cheio de revolta, como um expurgo...
Porque vendo esta foto como nudismo real... É uma realidade, o que é comum, usarmos nossa mente raio X, e despir as pessoas coberta por grossos linhos, lã, ou jeans, até mesmo em couro lhe cobrindo... Até ai, achei muito bacana seu grito calado. Até então. E aguçado pelo então aluno punido... Não precisava se masturbar para se despudorar, mas, seu professor pediu, poxa... Que Poxa!
Enfim, estava tudo muito bacana, super interessante até até falar do Capeta, estragou minha animação em lhe aplaudir, eu lhe aplaudo de pé, até vc glorificar o diabo frases desnecessária. deus com letra minuscula, ateísmo ou não... A arte é luz, e não trevas....Um abraço e sucesso...eu retiraria as ultimas frases que enforcaram o seu lindo texto....Marilene G S. Vulgo "Pólly Angel Mgs"

Unknown disse...

Comeria a do canto esquerdo!

Unknown disse...

Comeria a do canto esquerdo!

Rodrigo Gallo disse...

Como eu aprendi e compartilho com vocês

A NUDEZ VESTE O ATOR.

QUEM ESTA NU NÃO É O ATOR E SIM O PERSONAGEM.

Anônimo disse...

Bem, não sou de comentar no face, mas essa tenho que dizer alguma coisa, mesmo que ninguém leia. Primeiro sobre nudez. Eu amo ficar pelado, por mim saia para a rua nu mesmo. Em casa a primeira coisa que faço quando chego é tirar a roupa. Também acho que sexo deveria ser muito mais livre principalmente em diálogos, até fiz um curta com esse mesmo tema (chamado Embananada). Agora sobre o uso da nudez em cena.... Acho lindo quando é usado de forma artística dentro do contesto da cena, gosto tanto que quando foram fazer uma cena de nudez na minha faculdade me chamaram para auxiliar na direção. Gosto tanto que meu primeiro espetáculo escrito em inglês é sobre um cara que fica nu durante toda peça. Mas agora vamos falar sobre o artigo em questão. O garoto que foi expulso provavelmente mereceu, e os professores tb mereciam. Não vi a cena, mas posso supor que ele cometeu o erro comum de confundir o uso da nudez ou sexualidade como ferramenta de cena com o inverso que é o uso do teatro para satisfazer a fantasia de se expor em público. Isso me mata de raiva, pois ao invés de ajudar a liberdade sexual cria barreiras naqueles que queremos convencer que a nudez e o sexo são coisas naturais. Porém, sem ter visto a cena é impossível julgar de forma justa. Então deixo essa questão de lado para falar o que realmente me incomoda. QUE É O USO DA NUDEZ EM SALA DE AULA. Interpretação? Fala sério. São quase vinte anos que estudo, trabalho e ensino interpretação, e posso dizer com total segurança que aluno nem um evolui com isso. Isso me parece um artifício ridículo de professores amadores que a única coisa que foram capazes de estudar foi Performance. Não tenho problemas em preparar atores para uma cena de intimidade deixando os nu. Agora, colocar alunos pelados em sala de aula e dizer que está ensinando interpretação? Se é isso que estão ensinando no curso de artes cênicas pode acabar com o curso que eu assino embaixo.

Ps: meu nome é Alan Foster, postei como anônimo porque não tenho conta no Google.

claudio.morais01@hotmail.com disse...

Um beijo.

Rara Fênix disse...

Ótimo texto! Aprovadíssimo! Bravo!

Alan Foster, relaxa e deixa a loucura entrar em cena. Estamos sim sentindo falta de uma anarquia à la Roberto Freire. E as contribuições de Wilhelm Reich são ótimas para a construção do ator e muitas delas passam pela nudez. Outro dia aqui em Brasília o José Celso Martinez pagou bunda lê lê no palco e foi ótimo! Saia um pouco desse academicismo purista e deixe cortar na carne!

Rara Fênix disse...

E esse povo cristão que tem medo de capeta! Que coisa covarde, que separa o mundo entre sim e não, céu e inferno, homem e mulher, branco e preto, deus e o diabo.

Coisa de cristão, pois em outras tradições, como no hinduísmo e no candomblé, um mesmo deus cria e destrói, eleva e rebaixa, santifica e profana. E acerta e erra como nós humanos.

Laroyê Exu!

Anônimo disse...

VOCÊ É UM PUNHETEIRO, E SÓ DIANTE DE UM GRUPO DE PESSOAS QUE ESTUDAM E GOSTAM DE ARTE É QUE TEVE CORAGEM DE ASSUMIR......HUASHUASHUASHUAHSUAHSUASSSSSSSSSSSS

Bea Luiza disse...

Meu comentário vai ser bem simples.
Ainda hoje eu tava pensando nisso depois ser assediada na rua. Esses caras que buzinam, que gritam, não saíram também das bucetas das mães?
Ninguém conhece pinto, buceta, peito, bunda? Pra quê tanto pudor, pra que tanta moralização?
E me deparo com esse texto lindimais HOJE. Foi um presente!

Anônimo disse...

Trabalhar ninguém quer né? Ficar peladão mostrando tudo e dizer que é arte não é auto sustentável...kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Clap, clap, clap!!!!

Luiz G. Vidigal Estellita Lins disse...

Caralho: cesto posto no mais alto mastro das caravelas, para onde eram mandados os insubordinados e encrenqueiros, como forma de punição.