domingo, 18 de janeiro de 2009


o tempo é o mesmo de sempre: o agora
só teve o cuidado de esculpir algumas arestas
e assim acentuar o latente e esmaecer o fugidio
amigos do que fui e nunca mais deixarei de ser
pelo simples fato de ter sido
não há razão para lamentar o que passou
uma vez que para sempre haverá
acumulado em poeira e músculos
tudo o que é nós
teremos aos sessenta, setenta, cento e vinte,
os mesmo olhos que viram a dança da areia se tornando vidro
e quando não houver mais sopro
estaremos ainda pulsando no universo
de filhos dos nossos filhos
e de sonhos nascidos de nossas idéias mais deliciosamente sem sentido
"Estamos vivendo e o que disserem os nossos dias serão para sempre"

Para Júnior, Milene, Michellinha, Cézar,Cabrita, Carol Knoll, Fran, Rodrigo, Alexandre, Cassi, Banderas e Caíque, ao som de "Sufjan Stevens - Illinoise"

5 comentários:

Anônimo disse...

Que bonito, flor!
Quando eu chegar aí, conversaremos sobre esse texto.
Um beijo grande, de um agora para outra agora, plenos de duração.

Junior Romanini disse...

Lu, que lindeza isso tudo. Sempre bom lê-la assim: delicadeza e algodão de pisar em cima...

Amo-te aos 60, 120...

Bjo enorme

St. France disse...

Você tá linda e tá leve, "como leve pluma muito leve, leve, solta"...

^^

Até amanhã... logo e sempre!

petrucia finkler disse...

muito lindo. muito pertinente ao momento que estou vivendo. Vou dar um copy/paste e guardar com carinho em algum arquivinho digital para poder revisitar e suspirar muitas vezes ainda.

Devir disse...

Seu texto me inspirou
a reler Deleuze:
"Não há mundo que não se manifeste na variedade de suas partes, de seus lugares, de suas margens e das espécies que os povoa.
Não há indivíduo que seja absolutamente idêntico; não há bezerro que não seja reconhecível para sua mãe, nem conchas ou grãos de trigo que sejam indiscerníveis."

Gosto sempre de uma situação que me diz que viver nem que seja para sempre é o grande sentido.

beijos