segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O Nélson!



O fantasma do Nélson me persegue, está colado nos meus calcanhares e não vai me deixar nunca. Sei que vai aumentar lentamente a quantidade de cigarros que fumo e já começa a aparecer na minha boca em forma de “batatas”, “zebús” e “Até aí morreu o Neves”. Consigo me ver de terno, com minha cara moça, passeando pelas ruas com uma cabra a tiracolo, e prevejo que seu coroamento será uma úlcera nervosa que me redima.
Tenho maus-humores febris, e não suporto nunca ver um cego tocando acordeão. Com maestria, entro em desacordos sociais, e, não raro, me voltam Dorotéia e o Jarro.
Só não me venceu ainda o fantasma porque, por mais que ele tente, detesto futebol... Se bem que tenha percebido uma saliência ao lado esquerdo, acima, perto da minha boca e, tendo antes a tomado por uma espinha, num segundo exame mais atento, constatei: uma verruga!

Um comentário:

Devir disse...

Oh atriz antes nomes
Eu não conheço o Nelson Rodrigues, apesar de já ter visto muitos especiais na globo, rss. Vestido de Noiva lembro, fiquei apavorado. Despertou um desejo cruel para estudar psquiatria, como a mente pode se dividir a ponto, e nessa estória não havia uma fissura, não era uma personagem psicótica, senti como é abominável, não a profissão, o risco de representar um papel e se identificar a ponto.
Quanto tem de mentira e verdade ao desejar uma pessoa virtual?
A representação em Teatro, profissionalmente ou não, é o tipo de arte mais exigente, onde o artista literalmente é sua própria obra. Se me pedirem, e eu perceber que vou atuar bem, para listar meus maiores arrependimentos na vida, tenho certeza que sempre vou citar o fato de quase nunca frequentar o teatro. Todavia, já pensei nisso antes para tentar entender o por quê desta indiferença tão horrível. Acho que eu tenho medo de se apaixonar por uma magnânima atuação. Como se os sentimentos não se permitisse diferenciar o real do irreal, doravante verdade de mentira.
Quem já chorou durante uma peça sabe do que estou falando, nem sempre é possível esconder de si mesmo aquele sentimento, à vezes as lágrimas para dentro nos acompanham o resto da vida.
Conta-me quando foi a primeira vez, se ainda lembra, que voce cunhou(ou encotrou) o sentido Costurada Para Dentro, para si, ou somente(?) para o blog. É o mínimo, porque o máximo seria querer saber tudo sobre voce. Ninguém pode ter esse acesso e estar separado corpo e alma de voce, a não ser que voce seja uma atriz.
Não duvido que o Nelson Rodrigues, ou Machado de Assis, já tenha dito ou escrito algo parecido.
Bom, preciso acordar daqui a pouco, desligar-me-ei na marra, rss.

Beijos