sábado, 28 de junho de 2008

“FRAGMENTS”, DE PETER BROOK

(retirado de: http://www.dicadeteatro.com.br)


O espetáculo reúne cinco textos do consagrado escritor Samuel Beckett

JULHO/2008 – Nos dias 3, 4, 5 e 6 de julho, o SESC Santana recebe o espetáculo “Fragments”, que reúne quatro pequenas peças do dramaturgo irlandês Samuel Beckett: Rough for Theatre I, Rockaby,Act without words II, Come and Go e o poema Neither.


A direção é de Peter Brook, uma das referências do teatro contemporâneo, com a colaboração de Marie-Hélène Estienne. Brook já trouxe para o Brasil as montagens de “O Terno”, em 2000; “Hamlet”, em 2002 e “Tierno Bokar”, em 2004.

“Fragments” foi criado em francês, em outubro de 2006, no Théâtre dês Bouffes du Nord, de Paris, com a colaboração de Lilo Baur. Em setembro de 2007, foi retomado em inglês com o Young Vic Theatre e permanece em turnê. O elenco que se apresenta na turnê brasileira conta com os atores Hayley Carmichael, Khalifa Natour e Marcello Magni.

A primeira parte da apresentação, Rough for Theatre I, é o encontro de um músico cego e um morador de rua em cadeira de rodas que criam uma relação de dependência mútua; a segunda trama, Rockaby, é sobre uma mulher que escuta a sua voz enquanto se despede da vida, sentada na mesma cadeira em que sua mãe morreu. Act without words II é uma mímica em que dois personagens de temperamentos diferentes dão o tom humorístico à encenação, contrapondo-se ao poema Neither, de tom mais sombrio. Come and Go é a história de três senhoras fofoqueiras que compartilham um segredo.

Os textos, encenados em 55 minutos, têm estilo simples e direto para tocar o espectador de diferentes formas. “No teatro, pessoas de mundos diferentes podem se reunir durante algumas horas. Acredito que algo simples e puro pode tocar profundamente o público”, diz Peter Brook.


Sobre Fragments

Segundo Peter Brook o projeto é uma iniciativa de sua colaboradora Marie-Helene Estienne, que durante anos comentou o fato de que estes textos curtos de Beckett não alcançavam grande sucesso ao serem representados.

Para Brook, eles talvez não cativassem o público porque eram transformados em grandes encenações. Sobre a simplicidade de “Fragments”, ele declarou que “se as pessoas vierem - e isso pode acontecer - esperando ver os mesmos velhos espetáculos de 30 anos atrás, pensando que verão fogos de artifício, vão ficar desapontadas. Vão achar que foram à peça errada”.

Segundo o diretor, é necessário entender que essa encenação não é um show, não é estético - todo o trabalho é puro e simples e os elementos externos à cena não são interessantes. Hoje ele pensa que não sabe mais dirigir grandes produções: ”Eu não sei mais fazer isso. Eu deixei tudo isso de lado. Eu realmente gostava daquilo, mas hoje eu sei que algo simples e puro me toca mais profundamente. E isso é tudo”.

Em relação a Samuel Becklett, Peter Brook diz que “toda a grandeza e a exuberância que percebíamos em Shakespeare se torna algo linear, num tom mais introvertido. Ele é mais econômico que Tchecov. E isso me interessa muito. O meu trabalho já vem de algum tempo se tornando cada vez mais e mais simples. A simplicidade é algo que vai se tornando cada vez mais difícil nestes tempos. Mas hoje eu sei que aquilo que é puro e simples toca o espectador. É nisto que estou interessado. E o teatro de Beckett, para mim, é exatamente assim”.


Peter Brook

Peter Brook nasceu em 1925, em Londres. Quando tinha 20 anos, causou grande polêmica no meio artístico com a montagem da peça “Romeu e Julieta”. Também teve grande destaque em outros gêneros como Cinema e Ópera.

Em 1971, Brook fundou, em Paris, o Centro Internacional de Pesquisa Teatral (Centre International de Recherche Théâtral-CIRT), que depois da abertura do Théâtre des Bouffes du Nord passou a chamar-se Centro Internacional de Criação Teatral (Centre International de Création Théâtral -CICT).

Ele dirigiu inúmeros textos de Shakespeare para o Royal Shakespeare, Peine d’amour perdu (1946), Mesure pour Mesure (1950), Titus Andronicus (1955), O Rei Lear (1962) e Sonho de Uma Noite de Verão (1970).

Marie-Hélène Estienne

Marie-Hélène Estienne trabalha como assistente de Peter Brook em vários projetos e adaptações.Já atuou como jornalista e participou de diversos projetos no teatro e no cinema, como autora ou assistente de produção. Em 1977 foi para o Centro Internacional de Criação Teatral (CICT) e tornou-se assistente de produção de todos os projetos desde então. Foi colaboradora na direção e co-autora do texto em francês com Jean-Claude Carrière da Tragédie d’Hamlet, criada em maio de 2002, entre outras obras.


Serviço – Fragments

Texto: Samuel Beckett
Direção: Peter Brook
Colaboração: Marie-Hélène Estienne

Elenco: Hayley Carmichael, Khalifa Natour e Marcello Magni

Iluminação: Philippe Vialatte

Local – SESC Santana

Av. Luiz Dummont Villares, 579 – Santana – Tel: (11) 2971.8700

Estréia: 3 de julho de 2008

Temporada no SESC Santana 3, 4, 5 e 6 de julho de 2008. Quinta, sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 19h30.

Duração: 60 minutos

Recomendação: 14 anos

Venda de ingressos: a partir de 27 de junho, às 14h.

Ingressos – R$ 7,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)

- R$ 15,00 (usuário matriculado no sesc, maiores de 60 anos, estudantes e professores da rede publica de ensino)

- R$ 30,00 (inteira)

Informações - SESC Santana
Avenida Luiz Dumont Villares, 579. São Paulo - SP
Horários de funcionamento: de terça a sexta, das 13h às 21h30.

Sábados, das 10h30 às 20h30. Domingos e feriados, das 10h30 às 18h30.
Informações: (11) 2971-8700, www.sescsp.org.br
e-mail: email@santana.sescsp.org.br

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